quinta-feira, 3 de julho de 2014

[RESENHA] THE ALAN PARSONS LIVE PROJECT EM SÃO PAULO (2014)

Mais um dos expoentes do rock progressivo chegou à capital paulista para realizar uma grande apresentação.

Foto: Divulgação


O lendário Alan Parsons (produtor, engenheiro de som e músico) traz em seu currículo trabalhos com Beatles, Pink Floyd e outros artistas, além da bem sucedida carreira de sua banda, o The Alan Parsons Project, formada em meados dos anos 70 com Eric Woolfson (falecido em 2009).

Do pop ao rock progressivo, o músico conquistou milhões de fãs no mundo e o Brasil teve a honra de receber a Greates Hits Tour 2014. O Alan Parsons Live Project é uma adaptação do nome original da parceria com Eric, pois este apenas participou das composições e álbuns de estúdio.

Com álbuns inspirados na literatura, o grupo abre o show com a canção I Robot, faixa do disco homônimo lançado em 1977, inspirado no livro de mesmo nome de Isaac Asimov. Completamente instrumental, ela traz uma atmosfera mecânica, com todos os instrumentos trabalhando de forma disciplinada, tendo Alan Parsons nos teclados. Em seguida, a dançante Damned If I Do põe a galera pra chacoalhar os esqueletos em suas cadeiras (todos os setores possuíam assentos) e apresenta o vocalista PJ Olson ao público. Dono de um timbre de voz imponente e agradável, o músico desempenhou bem sua função, mesmo não tendo a suavidade natural que Eric Woolfson tinha em seus vocais.

Don’t Answer Me é a primeira música do show cantada por Alan, que a acompanha com sua guitarra. Breakdown traz Todd Cooper nos vocais soltando a voz e fazendo a público pensar que estava ouvindo um disco da banda, ao invés de estar assistindo a uma apresentação, de tão perfeita que foi sua execução. The Raven, segunda faixa do álbum Tales Of Mystery And Imagination de 1976 (inspirado no poema homônimo de Edgar Alan Poe), tem características tensas e obscuras, reforçadas pela repetição aos gritos das palavras “never more” no refrão.

O clima é suavizado pela emocionante Time. A interpretação de PJ mostra sua entrega à canção, tendo o devido reconhecimento por parte do público. Em seguida, mais uma canção dançante, I Wouldn’t Want To Be Like You, mais uma faixa do disco I Robot.

Após canções curtas, o grupo apresenta a excepcional suíte The Turn Of A Friendly Card, composta por 05 partes e dona de melodias muito bem construídas. Seus pouco mais de 16 minutos parecem ter passado rápido demais, sensação causada pelo encanto feito em seus ouvintes, tamanha é sua qualidade.

Fragile é uma nova canção e foi a surpresa do set list, conforme Alan Parsons disse antes de sua execução. What Goes Up possui o vocal divido entre Todd e P.J. e expressa o bom e velho rock progressivo em seu arranjo. Prime Time, música que abre o álbum Ammonia Avenue de 1984, conta novamente com o vocal principal de Alan e prepara o terreno para a chegada da canção que pode não ser a melhor do grupo, mas, com certeza, é a mais conhecida.  A instrumental Sirius faz a introdução para perfeita Eye In The Sky. P.J. Olsson chama o público que está sentado para perto do palco e alguns poucos fãs atendem o pedido, acompanhando a canção até seu fim.

Após levar o público ao delírio, a banda faz uma pausa e retorna para fechar o show com a tocante Old And Wise, seguida de Games People Play  onde, novamente, P.J. chama o público e, dessa vez, toda a casa se levanta para curtir uma das canções mais pop do grupo e se despedir dos músicos com a certeza de ter passado por momentos incríveis durante a 1h30min de espetáculo.

FICHA TÉCNICA
Data: 28 de Março de 2014
Realização: Top Link
Local: HSBC Brasil, São Paulo-SP.

Set List 
I Robot
Damned If I Do
Don’t Answer Me
Breakdown
The Raven
Time
I Wouldn’t Want To Be Like You
The Turn Of A Fiendly Card
Fragile
What Goes Up
Prime Time
Sirius/Eye In The Sky
Old And Wise

Games People Play