quarta-feira, 2 de julho de 2014

[RESENHA] METALLICA EM SÃO PAULO (2014)

Foto: Divulgação


Mais uma sexta-feira chuvosa na terra da garoa, porém, não é como outra qualquer, pois a cidade recebe ninguém menos que o Metallica.

A turnê Metallica by Request dá a oportunidade ao público de fazer o que qualquer pessoa gostaria de fazer para todas as bandas que gosta: escolher as músicas do set list do show que irá assistir!

Este conceito se encaixa perfeitamente com o modo como os artistas se relacionam com seu público na atualidade. Internet rápida, redes sociais, informação em tempo real, downloads, entre outros, permitem que os fãs do mundo todo saibam o que acontece com a banda em todos os lugares, além de pressionarem os artistas por novidades, uma vez que, o novo torna-se velho em apenas um dia. Então, nada melhor que inovar (coisa que o grupo faz muito bem em seu relacionamento com os fãs).

O show teve abertura da banda inglesa Raven e a resenha de sua apresentação pode ser conferida aqui.

O show começou com atraso de 50 minutos, provavelmente por conta de problemas técnicos causados pela chuva que castigava a cidade. Tais problemas foram percebidos no decorrer do show, pois a guitarra de Kirk Hammet sumiu por várias vezes em solos feitos ao longo da apresentação e algumas das caixas de som pareciam estar com mal contato, pois em alguns pontos da arquibancada não se ouvia todos os instrumentos com clareza.

Problemas com equipamento à parte, a banda tomou conta do grande palco montado e mostrou a todos os presentes sua competência como músicos. Lars Ulrich divide opiniões no mundo do rock sobre sua técnica nos dias atuais, mas não se pode negar que ele executou bem o que se propôs a fazer em sua bateria.
The Ecstasy Of Gold, canção composta pelo músico erudito Enio Morricone para o filme The Good, The Bad And The Ugly, sempre arrepia quando começa a ser executada, acompanhada de um trecho do longa no telão.

Em seguida a banda emenda a explosiva Battery, com toda a rapidez e peso o bom e velho Thrash Metal desenvolvido pelo grupo necessita em seu início de carreira. A canção é seguida pela canção que dá nome ao seu terceiro álbum, Master Of Puppets de 1986. Esta música dispensa comentários, pois em seu arranjo é perceptível a técnica dos músicos, aliada ao peso. O primeiro solo, um dos poucos feitos por James Hetfield (vocal e guitarra base) faz o público entoar um coro que só pode ser visto num show do Metallica. E pra fechar a participação do álbum supracitado no set list temos Welcome Home (Sanitarium) que conta com um longo e genial solo de Kirk em seu final.

A vigorosa Fuel é executada e mostra que funciona como um bom combustível para o público. É seguida por The Unforgiven, primeira música do set oriunda de seu álbum mais vendido, Metallica vulgo Black Album de 1991. Vale ressaltar a presença de membros do fã clube que assistiram ao show do palco, além servirem de mestre de cerimônias antes da execução de algumas músicas.

Eis que chega um momento bastante esperado pelos fãs. Como dito no início do texto, a internet apresentou aos fãs a nova canção do grupo, chamada Lords Of Summer. Com a presença marcante do bumbo duplo tocado por Lars em grande parte da composição, percebe-se que o grupo utilizou elementos presentes em suas raízes e trouxe muito vigor e peso ao palco e aos ouvidos de quem estava lá.

Wherever I May Roam e Sad But True sucedem a música inédita. Fade To Black, com sua bela melodia e letra triste vem em seguida. Lançada em 1988, ... And Justice For All dá nome ao álbum e carrega uma forte crítica à forma como a justiça é tratada por aqueles que detém poder. A próxima canção, One, é uma das mais requisitadas do grupo e possui as consequências da  guerra  a um soldado como temática.

For Whom The Bell Tolls mostra a todos o poder do baixo de Robert Trujillo. Logo após, a veloz Creeping Death é tocada, mostrando ao público o poder das palhetadas de James. As próximas duas canções fecham a participação do álbum de 1991 no set. Nothing Else Matters e Enter Sandman levaram o estádio ao delírio e prepararam o terreno para as músicas que encerrariam o show.

Mais uma anunciada por um dos fãs presentes no palco, Whiskey In The Jar (clássico do folclore irlandês) é executada, seguida de The Day That Never Comes, escolhida no “voto do dia”, feito pelo público por sms durante o show.

Como encerramento, a banda tocou a emblemática Seek & Destroy. Crua, direta e pesada, ela faz a alegria da galera. Bolas negras caem do palco e são chutadas para longe. A canção acaba. O show também. Restam os agradecimentos por parte dos integrantes do grupo e a chuva de palhetas lançadas para quem estava próximo do palco. 

FICHA TÉCNICA 
Data: 22 de março de 2014
Realização: Time For Fun
Local: Estádio do Morumbi, São Paulo-SP.

Set List
Battery 
Master Of Puppets 
Welcome Home (Sanitarium) 
Fuel 
The Unforgiven 
Lords of Summer 
Wherever I May Roam 
Sad but True 
Fade to Black 
...And Justice for All 
One 
For Whom the Bell Tolls 
Creeping Death 
Nothing Else Matters 
Enter Sandman 
Encore
Whiskey In The Jar 
The Day That Never Comes 

Seek And Destroy