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Luiz Sacoman durante show da Plexiheads no Manifesto Bar em SP |
Luiz Sacoman é um dos grandes guitarristas do rock brasileiro. Além de ótimo músico, transitando do hard rock ao blues, é uma pessoa de humildade e simpatia ímpares.
Fundou o Cavalo Vapor nos anos 80. A banda de hard rock tinha nos vocais Nando Fernandes e seu único disco possui participação de Ian Gillan, vocalista do Deep Purple.
Em 2013 lançou o primeiro álbum de sua banda de blues rock, a ótima Plexiheads e, desde então, vem divulgando este trabalho.
Confira abaixo a nossa entrevista exclusiva com o músico:
01) É
uma honra poder entrevistá-lo. Quem é Luiz Sacoman?
Luiz: Nasci
na Pompéia (Rock City) no dia 04 de Fevereiro de 1969. Comecei a tocar guitarra
aos 11 anos e até os 24 anos, foi tudo o que fiz. Por isso não jogo futebol
muito bem (risos).
Durante muitos anos só compus e quase não tocava covers. Tirava somente aquilo
que me interessava ou para os alunos que queriam aprender algo de seu gosto
pessoal.
Mesmo depois de muitos anos em inatividade, muita gente ainda me conhece como "Luiz
do Cavalo Vapor".
Me especializei em negócios na Indústria de Instrumentos Musicais e fiquei
muitos anos impossibilitado de encarar uma tour. No entanto isto foi um grande
aprendizado. Sempre toquei e compus, mesmo longe dos palcos. Fiz alguns shows do Cavalo
Vapor com formações diferentes em meados de 2006 e 2007, mas decidi montar um
trabalho onde canto e toco, a PLEXIHEADS, com uma pegada mais
"bluesy".
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Luiz Sacoman / Foto: Divulgação |
02) Quais são suas influências?
Luiz: Meu
primeiro disco de Rock foi o Machine Head do Deep Purple. Tive muita influência
do Blackmore no início, mas depois isso ouvi muito Michael Schenker (MSG e
UFO), Malmsteen, Jeff Beck e de uns 10 anos pára cá ouvi também muitos artistas
com forte base no Blues como Doyle Bramhall II, Eric Gales, Eric Johnson, Kenny
Wayne Shepherd, Ian Moore, entre outros... Claro que busquei ouvir quem influenciou estes caras e descobri muito bebendo
direto da fonte.
03) Fale um pouco sobre a Plexiheads e seu álbum de estreia Let Me Show You
Something.
Luiz: A Plexiheads surgiu inicialmente de uma idéia de tocar sons dessa turma do
Texas como Arc Angels, Doyle Bramhall II, Storyville que não deu certo porque
não encontramos um vocalista que conhecesse essa linguagem.
Fazer um som que inicialmente parece simples, mas cheio de malandragens como "tocar
para trás" em andamentos mais lentos e com muita preocupação com timbres.
Um verdadeiro laboratório. Neste período de uns 5 anos descobri exatamente o
que gosto e o que não gosto em matéria de equipamento, técnica, dinâmica
musical.
Hoje a Plexiheads é uma banda muito mais consistente do que o registro do CD,
embora goste muito de ouví-lo. Tenho muito orgulho deste trabalho, assim como
tenho do CD do Cavalo Vapor. Eu escuto com isenção, como fã de verdade.
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Capa do Disco |
04) Como foi ter o primeiro trabalho do grupo masterizado no Abbey Road Studios?
Luiz: É como uma benção ter seu trabalho masterizado em um estúdio legendário. Eles
sabem como "esquentar" uma gravação, sem que perca sua característica
inicial. Fizemos a escolha pelo engenheiro Steve Rooke, que gravou entre outros Page
& Plant, masterizou diversos trabalhos de George Harrison, Beatles, somente
para citar alguns.
05) Como foi abrir o show do Eric Gales aqui em São Paulo?
Luiz: Com meu trabalho na Indústria de Instrumentos musicais, tive a oportunidade
de encontrá-lo nos EUA por diversas vezes e sempre comentei que gostaria de
abrir um show dele aqui no Brasil. Ele foi uma das primeiras pessoas a ter uma
cópia do CD da Plexiheads. Foi uma imensa honra abrir o show de um de meus
ídolos e mais legal ainda passear pela Rua 25 de Março com ele e sua simpática
esposa Ladonna Gales no dia anterior, além de acompanhá-lo em uma entrevista em
uma Rádio aqui de SP. O cara é uma figura, um amigão!
06) Quais são os planos para o futuro da banda?
Luiz: Queremos
abrir alguns shows internacionais, fazer todo o circuito de bares e casas de
shows e SESCs no Brasil e também uma pequena tour em bares nos EUA. Também
queremos iniciar a composição para um novo álbum.
07) Há
alguma chance de uma nova reunião do Cavalo Vapor?
Luiz: Sim! Estamos adiantados nas conversas (Nando Fernandes e eu) e faremos uma série
de shows em breve, além da gravação de alguns singles com clipes. Uma volta em
grande estilo.
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Luiz Sacoman e Nando Fernandes / Foto: Nando Fernandes |
08) O
que a música significa para você?
Luiz: Música
é a trilha sonora da minha vida. Mais que isso é um estilo de vida. Não me
imagino sem música, seja tocando ou apreciando. Outro dia fui ao show do Jeff
Beck no Best Of Blues Festival e tive a nítida sensação de ter sido
"banhado" pelo som da guitarra dele. Música é para mim uma
necessidade vital.
09) Agora é sua vez. Pode me perguntar o que quiser.
Luiz: Bruno, gostou do show da Plexiheads? Chegou a assistir a algum show do
Cavalo Vapor? Caso não tenha visto o Cavalo Vapor ao vivo, prepare-se. Somos a
mais humilde e melhor banda de Hard Rock do Brasil! (Risos)
Bruno: Falar que eu gostei do show da Plexi é pouco! Assim como o álbum, a apresentação ao vivo é ótima. E no caso do cavalo, infelizmente não vi nenhuma apresentação ainda, muito por conta da minha idade, pois eu era uma criancinha chata ainda quando vocês arrebentavam nas décadas de 80 e 90 e ainda não podia entrar em bares nas reuniões dos anos de 2006/2007.(Risos)
Estou ansioso pelo retorno do Cavalo e pela continuidade da Plexi. Boa música deve ser incentivada sempre!
Estou ansioso pelo retorno do Cavalo e pela continuidade da Plexi. Boa música deve ser incentivada sempre!
Muito obrigado!
Para conhecer mais do trabalho de Luiz Sacoman, acesse os links abaixo:
Dossiê do Rock: Revelando o passado. Incentivando o
futuro.