terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"Música é para mim uma necessidade vital" - Diz Luiz Sacoman

Luiz Sacoman durante show da Plexiheads no Manifesto Bar em SP

Luiz Sacoman é um dos grandes guitarristas do rock brasileiro. Além de ótimo músico, transitando do hard rock ao blues, é uma pessoa de humildade e simpatia ímpares.


Fundou o Cavalo Vapor nos anos 80. A banda de hard rock tinha nos vocais Nando Fernandes e seu único disco possui participação de Ian Gillan, vocalista do Deep Purple.

Em 2013 lançou o primeiro álbum de sua banda de blues rock, a ótima Plexiheads e, desde então, vem divulgando este trabalho.

Confira abaixo a nossa entrevista exclusiva com o músico:

01) É uma honra poder entrevistá-lo. Quem é Luiz Sacoman?

Luiz: Nasci na Pompéia (Rock City) no dia 04 de Fevereiro de 1969. Comecei a tocar guitarra aos 11 anos e até os 24 anos, foi tudo o que fiz. Por isso não jogo futebol muito bem (risos).


Durante muitos anos só compus e quase não tocava covers. Tirava somente aquilo que me interessava ou para os alunos que queriam aprender algo de seu gosto pessoal.


Mesmo depois de muitos anos em inatividade, muita gente ainda me conhece como "Luiz do Cavalo Vapor". 


Me especializei em negócios na Indústria de Instrumentos Musicais e fiquei muitos anos impossibilitado de encarar uma tour. No entanto isto foi um grande aprendizado. Sempre toquei e compus, mesmo longe dos palcos. Fiz alguns shows do Cavalo Vapor com formações diferentes em meados de 2006 e 2007, mas decidi montar um trabalho onde canto e toco, a PLEXIHEADS, com uma pegada mais "bluesy".


Luiz Sacoman / Foto: Divulgação

02) Quais são suas influências?

Luiz: Meu primeiro disco de Rock foi o Machine Head do Deep Purple. Tive muita influência do Blackmore no início, mas depois isso ouvi muito Michael Schenker (MSG e UFO), Malmsteen, Jeff Beck e de uns 10 anos pára cá ouvi também muitos artistas com forte base no Blues como Doyle Bramhall II, Eric Gales, Eric Johnson, Kenny Wayne Shepherd, Ian Moore, entre outros... Claro que busquei ouvir quem influenciou estes caras e descobri muito bebendo direto da fonte.


03) Fale um pouco sobre a Plexiheads e seu álbum de estreia Let Me Show You Something. 


Luiz: A Plexiheads surgiu inicialmente de uma idéia de tocar sons dessa turma do Texas como Arc Angels, Doyle Bramhall II, Storyville que não deu certo porque não encontramos um vocalista que conhecesse essa linguagem. 


Fazer um som que inicialmente parece simples, mas cheio de malandragens como "tocar para trás" em andamentos mais lentos e com muita preocupação com timbres. Um verdadeiro laboratório. Neste período de uns 5 anos descobri exatamente o que gosto e o que não gosto em matéria de equipamento, técnica, dinâmica musical.


Hoje a Plexiheads é uma banda muito mais consistente do que o registro do CD, embora goste muito de ouví-lo. Tenho muito orgulho deste trabalho, assim como tenho do CD do Cavalo Vapor. Eu escuto com isenção, como fã de verdade.

Capa do Disco
04) Como foi ter o primeiro trabalho do grupo masterizado no Abbey Road Studios?


Luiz: É como uma benção ter seu trabalho masterizado em um estúdio legendário. Eles sabem como "esquentar" uma gravação, sem que perca sua característica inicial. Fizemos a escolha pelo engenheiro Steve Rooke, que gravou entre outros Page & Plant, masterizou diversos trabalhos de George Harrison, Beatles, somente para citar alguns.



05) Como foi abrir o show do Eric Gales aqui em São Paulo? 

Luiz: Com meu trabalho na Indústria de Instrumentos musicais, tive a oportunidade de encontrá-lo nos EUA por diversas vezes e sempre comentei que gostaria de abrir um show dele aqui no Brasil. Ele foi uma das primeiras pessoas a ter uma cópia do CD da Plexiheads. Foi uma imensa honra abrir o show de um de meus ídolos e mais legal ainda passear pela Rua 25 de Março com ele e sua simpática esposa Ladonna Gales no dia anterior, além de acompanhá-lo em uma entrevista em uma Rádio aqui de SP. O cara é uma figura, um amigão!



06) Quais são os planos para o futuro da banda?

Luiz: Queremos abrir alguns shows internacionais, fazer todo o circuito de bares e casas de shows e SESCs no Brasil e também uma pequena tour em bares nos EUA. Também queremos iniciar a composição para um novo álbum.




07) Há alguma chance de uma nova reunião do Cavalo Vapor?

Luiz: Sim! Estamos adiantados nas conversas (Nando Fernandes e eu) e faremos uma série de shows em breve, além da gravação de alguns singles com clipes. Uma volta em grande estilo.

Luiz Sacoman e Nando Fernandes / Foto: Nando Fernandes
08) O que a música significa para você?


Luiz: Música é a trilha sonora da minha vida. Mais que isso é um estilo de vida. Não me imagino sem música, seja tocando ou apreciando. Outro dia fui ao show do Jeff Beck no Best Of Blues Festival e tive a nítida sensação de ter sido "banhado" pelo som da guitarra dele. Música é para mim uma necessidade vital.


09) Agora é sua vez. Pode me perguntar o que quiser.

Luiz: Bruno, gostou do show da Plexiheads? Chegou a assistir a algum show do Cavalo Vapor? Caso não tenha visto o Cavalo Vapor ao vivo, prepare-se. Somos a mais humilde e melhor banda de Hard Rock do Brasil! (Risos)

Bruno: Falar que eu gostei do show da Plexi é pouco! Assim como o álbum, a apresentação ao vivo é ótima. E no caso do cavalo, infelizmente não vi nenhuma apresentação ainda, muito por conta da minha idade, pois eu era uma criancinha chata ainda quando vocês arrebentavam nas décadas de 80 e 90 e ainda não podia entrar em bares nas reuniões dos anos de 2006/2007.(Risos)

Estou ansioso pelo retorno do Cavalo e pela continuidade da Plexi. Boa música deve ser incentivada sempre!

Muito obrigado!

Para conhecer mais do trabalho de Luiz Sacoman, acesse os links abaixo:








Dossiê do Rock: Revelando o passado. Incentivando o futuro.