A banda sorocabana de metalcore
nos concedeu uma entrevista bem legal.
Formado em 2010, o grupo reúne
esteticamente diversos elementos, sendo os mais característicos a paixão pelo
skate e pelas tatuagens.
Lançaram o EP Mais
Próximo do Fim no ano passado e o baixista e membro fundador Cadio
Michelsen gentilmente conversou conosco.
Leia a entrevista abaixo:
01)
Fico muito feliz por entrevistá-lo. Conte um pouco sobre a formação da banda
(quando se juntaram, formação de repertório, entre outros).
Cádio
Michelsen - A ideia da banda já existia uns anos antes
do início realmente. Amigos com vontade de fazer um som juntos, esse é o
princípio e se concretizou no início de 2010. De lá pra cá, a bateria foi onde
teve maiores mudanças até a chegada do Conrado. O repertório atual foi sendo
construído entre 2010 e 2013 e entre muitas adversidades. Chegamos a ficar um
ano sem baterista, só compondo e trabalhando nos arranjos até poder estrear no
palco em 2012.
02)
Quais são suas principais influências?
Cádio –
Vem de todo lado e de várias épocas. Black Sabbath, Pantera, Suicidal Tendencies,
Metallica, Megadeth, Slayer, Rage
Against The Machine, passando ainda por hardcore como
Madball, LionHeart, Hatebreed, Comeback Kid até bandas mais novas , mas
nem tão novas assim, tipo Parkway Drive, Obey The Brave e a que acho que é
unanimidade na banda, As I LayDying. Mas tem muita coisa.
03)
Fale um pouco sobre o processo de composição de “Mais Próximo do Fim”.
Houve alguma canção que deu mais trabalho para ficar pronta?
Cádio –
Nas composições têm alguns riffs que o Kenji e o Tiago já trabalhavam antes
mesmo da banda se formar, que eles tinham no repertório deles e muitos foram
sendo criados quando estávamos sem o batera. Íamos fazendo os arranjos das
cordas e a bateria encaixava depois. Ao mesmo tempo o Tique colocava as letras
que ele já tinha e outras eram criadas em cima do que fazemos.
Não teve uma que foi mais difícil não, a diferença é que umas ficavam prontas em 10 minutos, era quase automático, e outras levavam alguns dias para a ideia se formar
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Capa do EP |
04)
Fale um pouco sobre como foi concebida a arte da capa do disco?
Cádio – A
capa é uma bomba, mais especificamente a bomba Tsar. É a maior bomba já
construída e achamos que casava bem com a ideia de que hoje tudo é tão exagerado, as
pessoas e seus exageros que estão talvez levando a humanidade para um lugar sem
volta. Casa com o nome do disco também que se refere às temáticas das letras.
05)
Como foi trabalhar com o
Tiago Hospede?
Cádio - Foi
bom. A gente queria gravar com alguém que entendesse o som da banda. O Hospede tem outras bandas de metal e hardcore e
sabe do assunto. Deu uns toques no que podia melhorar e aí fez o trampo todo de captação,
mixagem e masterização do disco.
06)
Entre ensaios e shows sempre acontece algo. Há alguma história inusitada que
podem contar para nós?
Cádio –
Ah, em um ano gravando o disco é impossível não acontecer uns perrengues. Já
começa por aí, o tempo
que levamos para gravar o disco. No meio do processo trocamos o baterista e teve que ser
regravado tudo. Teve carro quebrado na estrada na madrugada na volta, teve todo
mundo dormindo em banco de posto de gasolina, já teve uns buracos que fomos
tocar que não dava pra acreditar que aquilo estava acontecendo. Já tocamos pra
ninguém na chuva, com lama
e pra quem não estava a fim de ver e ouvir a gente tocando
também. Mendigo bêbado também, sempre tem, e ficam na frente
curtindo o som e já
teve uns que quiseram tocar junto (risos). Os caras ficam na deles enquanto
outras bandas estão tocando, mas é só a gente começar os caras acordam, aí já
era, quando vê estão no bate cabeça também (risos).
07)
Como foi para vocês tocar ao lado do Cavalera Conspiracy?
Cádio –
Ah, foi foda! Os caras são lendas. Eu via os caras desde sempre e eles são
respeitados mundialmente. Puta experiência poder tocar no mesmo palco que eles.
08)
Novidades sobre o lançamento do primeiro disco completo?
Cádio – O
disco ainda está longe, mas nem tanto. Estamos compondo pensando nele.
Provavelmente terá algumas do repertório atual, mas não entraram no EP, mas
muitas inéditas com certeza. Estamos trabalhando pra isso e não vou dar data,
mas a ideia é entrar em
estúdio no segundo semestre para estar com o play pronto em
breve.
09)
Deixem um recado para os fãs.
Cádio –
Só queremos agradecer a eles que estão sempre incentivando a a banda e indo nos roles que
tocamos. Estamos fazendo um disco oficial porque eles fizeram a gente acreditar
que podemos fazer um bom trabalho. O disco é pra eles e pra marcar a banda pra
sempre. Muito obrigado!
10)
Muito obrigado pela entrevista e agora é a sua vez. Perguntem-me o que
quiserem!
Cádio – Qual
a música que você mais
curtiu do nosso EP?
Aproveito para convida-lo para nos assistir na próxima vez que a gente tocar. Você será bem vindo e, caso beba, tomaremos umas cervejas. Nós que agradecemos! Valeu!
Bruno:
Cara, eu curti bastante Maria da Penha
pela temática e, principalmente, o instrumental. Vocês conseguiram expressar
nas notas a intensidade e complexidade que envolve a questão. Considero-a bem
emotiva, pois é bem densa.
Com toda a violência que as
mulheres já sofreram e ainda sofrem na nossa sociedade doente extremamente
patriarcal, protestos como esse, vindos de uma banda formada por homens, é uma
atitude louvável. A questão é importante e infelizmente ainda faz parte do dia
a dia de muitas mulheres. Vocês conseguiram utilizar a sua arte como meio para
dar voz às vítimas dessa covardia.
E com certeza, assim que
possível irei assisti-los e faremos um brinde ao sucesso da banda!
Confira
mais sobre o trabalho da banda nos links abaixo:
Dossiê do Rock: Revelando o passado. Incentivando o
futuro.