terça-feira, 2 de junho de 2015

Primator: Já tocamos num palco também onde tudo o que encostávamos nos dava choque - Diz Rodrigo Sinopoli

Primator / Foto: Amanda Dassié


Por Bruno Sawyer

A banda paulistana de heavy metal lançou o seu disco de estreia há pouco tempo, intitulado “Involution”.




Cheio de conteúdo, o grupo esbanja virtuosismo em suas composições e mostra que veio para ficar.

Confira abaixo a nossa entrevista com o frontman Rodrigo Sinopoli, também principal compositor da banda, além de ter a autoria da arte da capa do álbum.

01) É um grande prazer poder entrevistá-lo. Como e quando a banda foi formada?

Rodrigo: O prazer é todo nosso! A banda foi formada em 2009 e surgiu de uma ideia proveniente de uma mesa de bar. Eu (Rodrigo) e o Márcio Dassié já éramos amigos e sempre compartilhamos o mesmo gosto musical e a paixão por cerveja. Só tivemos o trabalho de encontrar outros três amigos, expor nosso conceito e dar início aos ensaios e composições.

02) Quais são suas principais influências?

Rodrigo: Black Sabbath, Judas Priest, Iron Maiden, Metal Church, Helloween,  Jag Panzer, Deep Purple, Dio, Accept, Anthrax, Pantera e por aí vai…

03) Muitas bandas atuais de metal tentam imitar a sonoridade dos anos 80 e 90. Qual é a estratégia de vocês para criar um som que faça jus aos clássicos mas que, ao mesmo tempo, seja contemporâneo, uma vez que estamos em 2015?

Rodrigo: A estratégia é justamente limar o que soar igual ou parecido com o que já foi feito e impor o nosso estilo. Vocês não ouvirão nenhuma faixa de “Involution”, por exemplo, com similaridades entre si, mas todas remetem à mesma sonoridade.


04) Involution, o seu disco de estreia, é uma das ótimas surpresas deste ano. Conte-nos um pouco sobre o processo de composição. Teve alguma faixa que deu mais trabalho?

Rodrigo: De 2009 à 2012, o foco era finalizarmos as composições, embora já notasse uma semelhança entre as temáticas adotadas nas letras de forma totalmente involuntária, diga-se de passagem, ainda não havia caído a ficha para o tema da involução. Após a gravação do nosso autointitulado EP, no mesmo ano de 2012, busquei mais referências que ajudassem a criar um conceito para o álbum oficial e estabelecesse relação direta com o que já havia sido feito até então. A partir daí, pudemos sincronizar melhor as ideias e chegar ao tema final para o álbum, tratando o mesmo assunto em contextos e ângulos diferentes. Sem dúvida alguma, a faixa que nos deu mais trabalho foi a Involution, até pela necessidade dela sintetizar o conceito do álbum de uma forma mais direta em comparação com as outras músicas.

Capa / Arte: Rodrigo Sinopoli


05) Rodrigo, além de vocalista e letrista, você também fez a bela arte do disco. Qual é o conceito por trás dela?


Rodrigo: A escala evolutiva que nos acostumamos a ver e estudar, está invertida e possui este ser bestial como elemento somatório. É como se existisse um “arrependimento” da dita evolução, o homem tenta retroceder e acaba esmagado por sua própria ganância, por seus ideais predatórios, representados no caso por este monstro, que é a síntese do que nos tornamos atualmente de uma forma geral.



06) O show de lançamento do álbum Involution foi feito ao lado do Dark Avenger, um dos grandes nomes do metal nacional. Como foi a experiência para banda?

Rodrigo: Dividir o palco com o Dark Avenger foi incrível! Eles são uma escola de heavy metal em formato de banda, que nos influencia até hoje pela densidade e verdade em suas letras e composições.


07) No tempo de estrada da banda, há alguma situação inusitada para relatar?

Rodrigo: Várias! (risos)... Me lembro de um show em que ao final, uma garota fez com que eu lhe desse a minha camiseta, encharcada de suor e mesmo com a minha relutância, ela conseguiu o presente. (risos) Já tocamos num palco também onde tudo o que encostávamos nos dava choque... Acabamos nos acostumando com tudo, mas todo show tem uma situação inusitada diferente.

08) O que vocês acham da cena atual do metal no Brasil?

Rodrigo: A cena, embora confusa, tem se expandido bastante. Muitas bandas boas surgem e não tem espaços ou pessoas interessadas em apoiá-las e acabam morrendo na praia com excelentes composições que ninguém nunca sequer ouviu. Mas está melhorando pouco a pouco. O que ainda falta é boa vontade das casas e do público em geral com o som autoral.


09) Deixem um recado para os fãs.

Rodrigo: Desejamos que todos desfrutem do “Involution” ao máximo, tenham uma ótima experiência ao escutá-lo e que o senso crítico presente nas músicas sirva como primeiro passo para uma era de mudanças positivas. Muito obrigado pela força e esperamos vocês nos shows! A receptividade do público é a melhor forma de avaliarmos a relevância do nosso trabalho. Um grande abraço à todos e continuem apoiando a cena! \m/

10) Muito obrigado pela entrevista e, como de praxe aqui no Dossiê do Rock, podem me perguntar o que quiserem!

Rodrigo: Então iremos usufruir desta prática (risos). Qual a sua impressão ao ouvir o álbum e qual a(s) sua(s) faixa(s) favorita(s)?
Muito obrigado, mais uma vez, pela oportunidade e parabéns pelas perguntas! Muito obrigado!  

Bruno: Eu que agradeço imensamente pela oportunidade. Você sabe que a cada vez que escutamos um disco descobrimos coisas diferentes. O disco de vocês é bem coeso, mas a minha favorita é Black Tormentor. Desde a primeira vez que a ouvi, não consigo mais parar (risos).  

Confira mais sobre o trabalho do grupo nos links abaixo:

Dossiê do Rock: Revelando o passado. Incentivando o futuro.