Por Glauco De Vita
Impossível falar do trabalho
de Bruno Mansini sem associar à palavra gênio em seu sentido primordial que é o
de “originar”, “fazer surgir”.
E o músico o faz de forma explícita e até despudorada em seu trabalho Secret Signs Of Green, pois a integração dos elementos musicais, poéticos e até visuais – a começar pela capa – realmente é ímpar. Discutiremos mais à frente a respeito.
Bruno Mansini é músico de
talento único, pois consegue algo até então impensável: dar continuidade e
renovação ao terreno do Rock Progressivo, que mesmo colonizado e explorado por
poucos músicos, dados os pré-requisitos de qualidade e conhecimento dos
elementos musicais e culturais, é conceitualmente árido para se conseguir
inovar sem simplesmente repetir fórmulas bem-sucedidas numa profusão de
“quebradeiras” e “colagens” surpreendentes, porém esperadas.
Aliando elementos da música
Brasileira, Oriental e claro, do próprio rock e, pasmem, POP romântico,
consegue trazer um resultado agradável e delicado, sem, no entanto JAMAIS
enveredar pelo caminho da obviedade e do simplório.
O paradoxal no trabalho de
Bruno Mansini é que agrada tanto à audiência atenta aos elementos técnicos e
musicais mais exigentes, dada sua consolidada formação musical, quanto àqueles
que preferem simplesmente se “deixar levar”, por um estado arrebatador de
FLUXO, inclusive remetendo às mais etéricas camadas que nossa imaginação possa
alcançar, posto que como bom aquariano, consegue conjuminar transcendência e
concretude, futuro e presente, expressando muito além das simples palavras e
musicalidade.
A integração na esperança é
o lema de Secret Signs Of Green, evocando
toda a esperança e energia de cura através do verde, amalgamado na riqueza,
transcendência e sabedoria do dourado, e tudo isso dinamizado pelos orbitais
atômicos circundantes, acionando e nos fazendo conectar ao nosso próprio Sol
Central. Sem contar como fato de que apesar de ser um trabalho de alcance
universal, as cores da capa aludem à brasilidade de Bruno Mansini, algo de que
o músico não abre mão.
As letras se interligam de
faixa a faixa, envolvendo a temática baseada nos tipos de amor, desde o
romântico ao amor pela humanidade e transmitindo os mais elevados sentimentos,
para que sejam realmente acionadores de nossos mais elevados valores e estados
internos, e tudo isso musicalmente encadeado e permeado musicalmente com uma
perfeita condução nas progressões e na distribuição corretíssima dos
instrumentos, conseguindo mudar temperos e temperamentos em transições ao mesmo
tempo delicadas, complexas e, sobretudo CALMAS, pois não existe aquela
FRAGMENTAÇÃO um tanto esquizofrênica típica dos seus antecessores no Rock
Progressivo e muito menos a precariedade musical apresentada por inúmeras vezes
na New Age ou World Music. Por isso classifico como GENIAL.
Quem interage com a
atmosfera deste trabalho certamente sai uma pessoa melhor do que antes desse
contato.
Boa viagem à Transcendência
(seja por dimensões exteriores ou interiores do Ser).
Dossiê do Rock: Revelando o passado. Incentivando o futuro.